domingo, novembro 19, 2006

De fio a pavio

Qual o sentido? Tal como muitos outros dizeres e ditados que costumamos usar, não temos presente quando os evocamos (claro que falo por mim mas creio que seja uma situação generalizada), qual será a sua origem, o seu significado, como foi construído, qual o propósito inicial que tinha.
Hoje ao ver no cinema acenderem uma vela veio-me à cabeça a expressão "de fio a pavio". Fiquei um pouco a pensar sobre isso e rapidamente concluí que deveria ter algo a ver com o processo que envolve a feitura de pavios para as velas. Suponho que (e falo sem o mínimo de conhecimento de causa, exceptuando a observação que já fiz de alguns pavios ao longo da minha vida) os pavios sejam constituídos por vários fios singulares que se enrolam em conjunto, formando o todo final que arde nas velas. O exemplo prático que me lembrei para esta expressão foi "ler o livro de fio a pavio", ou seja, começar a ler o livro, página a página, capítulo a capítulo até atingir o seu final e ficar com a ideia global que nos queria ser transmitida nessas folhas. Não sei se esta minha interpretação da expressão é verosímel ou se é um completo disparate, mas fez sentido na minha cabeça. E como estava a apreciar o filme, achei que me podia ficar por ali no que a estes devaneios diz respeito.

Late in the afternoon

One week went by and the weekends couldn't be different, yet so close.
Last saturday I had italian (scalopini parmigiana) for dinner, caipirinha in Bairro Alto and Loft for disco until early sunday morning. This saturday I had portuguese (feijoada de gambas), Àgua das Pedras and Incógnito until mid-dawn.
Last saturday I came home guided by the fresh rays of sunshine of early sunday morning, this saturday I drived home between the thick mist of dawn.
One week ago I went to sleep at 8.00 a.m., yesterday I fell asleep near half past five. However, last week I got up around 12.00 a.m. and today I was only able to kick myself out of bed after three in the afternoon.
Last sunday my body was tired of all the liquids, smokes and sounds of the previous night. Today my body is resenting the heavy dinner I had the pleasure of taking last night.
Last sunday I went to a magusto (boiled and baked chestnuts along with some tea) at a friend's thru the afternoon and the evening. Today I went to the movies and had a spinaches' soup and a yogurt before going in the cinema.
A week ago I wrote here at 8.00 a.m. before going to bed, today I write at the end of the evening.
Curious thing, despite the different beginnings of both sundays, they were both bright and shinny days...

domingo, novembro 12, 2006

ALVORADA!

Está na hora de acordar, e eu ainda não dormi hoje...
Ontem fui jantar a um restaurante italiano (sem pizas) e depois passei pelo BA (efemeridamente) e acabei no LOFT. A noite foi longa, lá dentro não se via o evoluir da noite e do dia cá fora e quando saí de lá já um novo dia tinha nascido com o canto dos passarinhos. Fez-me lembrar outras noites noutras cidades, outras noites noutros sítios e noutras alturas. Mas soube bem ver o sol radiante do verão de S. Martinho a banhar-me com a sua calorosa força para enfrentar mais um dia! Viva Lisboa e o seu mravilhoso sol luminoso que nos dá outra alegria de viver!

LOFT

"É aquela pessoa que sabes que queres viver o resto da tua vida"
By Susana in LOFT at Carnaval 2006. Estavas uma gata!

sábado, novembro 11, 2006

Cinema

Apetecia-me confrontar-te com um "Amo-te" definitivo, realmente sentido no derradeiro sopro do meu coração. Seguir-se-ia o genérico final com uma música de fazer sonhar, que fizesse ecoar o meu suspiro final pela interminável lista de nomes até ao "FIM". Acabaría aí esse sonho, esse desejo, essa realidade. Tudo para fora daquela sala, daquela falta de luz, daquele instante já não se seguiria, seria uma outra vivência. Mas a consciência do tempo não permite finais felizes. Há sempre um amanhã e depois e depois. Não há só mais aquele instante seguinte em que tudo nos parece ainda meio fosco; há principalmente a próxima vez, o próximo reencontro, que definitivamente não irá correr tão bem como este.

TCM

Tão Certa Mentira

Não tivesses tu tido na tua vida essa aliança que nos afastou;
Fosses tu ainda hoje aquela que conheci então pelos meus olhos e não pelo teu saber;
Estaríamos agora juntos, abraçados, a recordar uma lembrança de separação que comunhámos, então como agora, embalados pela música morna que nos aconchegou a saudade.

Grito.........

Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Apetece-me soltar-me de mim, desprender-me do meu corpo, deixar de ser, desaparecer...

Apetece-me dar um pontapé de raiva no Mundo e ser inesperadamente atropelado por um touro!

Estou farto desta ordem, deste mecanismo. Para quando um meteorito, para quando um lunático? Quando é que nos salvam de nós mesmos?

Toda a gente merece sentir a dor e infelicidade, não tem de ser apenas para alguns que vão morrendo nas nossas traseiras, nos lugares esquecidos pelos olhos dos felizes.

Resíduos

Porque é que é tão difícil tirar uma ideia da nossa mente?
Pior; porque é que é que é ainda mais difícil tirar um sentimento do nosso coração, mesmo quando já não temos as ideias associadas em mente?
Há coisas que ficam para sempre connosco, enterradas no nosso íntimo. Podem para sempre ficar adormecidas ou despertar um dia qualquer mais tarde, mas o certo é que lá estão!

Memórias e Emoções

I.
Há coisas que nunca voltam a ser como eram. Aliás, nada volta a ser como dantes, o sentido único que o tempo percorre não o permite. A única coisa que nos faz pensar nisso e que nos faz ambicionar com um regresso ao passado são as boas memórias que guardamos desses momentos. Há muita coisa que me faz pensar com saudades de momentos passados. Não sei se é sorte, se há pessoas que não podem dizer o mesmo, mas acho que guardo muitas lembranças felizes, alegres ou agradáveis dos tempos idos e ponho-me a pensar que possivelmente há coisas que devem estar indefinidamente escondidas no baú das memórias, as quais não conseguirei resgatar para o presente e com elas revisitar tudo o que vivi. Será por já me lembrar de muitas outras, será por não serem tão marcantes como as que recordo? Não sei se alguma destas hipóteses é verdadeira, se ambas o são ou se as duas não passam de especulações. Mas sei que o que presentemente disponho para recordar o que já foi é simultaneamente uma ferramenta de alegria, saudade e nostalgia. E que com o rebuscar e o relembrar de umas, outras se vão mostrando, aparecendo discretamente, com uma ponta visível a pedir para serem puxadas e expostas, tal qual um monte de velhas fotografias enfiadas numa gaveta esquecida, que quando começamos a remexer, se vão mostrando, revelando o que já fundo se tinha instalado na memória.
O lápis com que vou escrevendo isto é um objecto que me lembro de ter comigo desde que tenho memória, desde que me lembro de o ter guardado na caixa onde ainda há pouco fui procurar por outro lápis que não este, um que também já vem desde sempre, que tinha a particularidade de ter o carvão revestido com uma massa que, quando humedecida, deixava os riscos com um traço rôxo. As folhas onde o lápis escreve isto estão soltas. Sei que são de um caderno que tive na escola primária, que entretanto desfiz para guardar o que me interessava manter e aproveitei para reservar estas folhas em branco para mais tarde utilizar. Só com o acto de ir buscar tudo isto para aqui estar a escrever já me fez reencontrar muitas memórias que já não seriam facilmente resgatadas. Mas também não precisava de escrever isto do lápis e das folhas, porque quando voltasse a ler isto identificaria as folhas como sendo desse velho caderno e lembrar-me-ia do velho lápis que utilizei.
Já me dói o dedo de escrever. O hábito de usar outros suportes de escrita que não exigem usar um lápis ou uma caneta, juntamente com a falta de hábito de não pegar num lápis, acostumaram os dedos a ter outras acções e outras inter-acções com o suporte usado. E similarmente, os músculos do braço já começaram também a ressentir-se. Poder-se-á chamar a isto evolução? Daqui a quanto tempo deixará o nosso corpo de conseguir transmitir o que pensamos como o aprendemos a fazer? Daqui a quantos anos já não conseguirei escrever um texto com papel e lápis, só estando apto a o fazer com um teclado ou quem sabe, com um aparelho que me leia os pensamentos e os registe automaticamente sem que eu desenvolva qualquer esforço para além de pensar? E quando é que deixarei de precisar de pensar, de sequer ter de me esforçar para pensar, quando algo fará tudo por mim? Será que aí me vão estar disponíveis as minhas memórias? Ser-me-ão mostradas numa espécia de filme que foi compilado para eu relembrar o que possivelmente vivi? Essas lembranças são minhas, não devem ser de algo exterior a mim para me as disponibilizar de acordo com uma vontade que me seja alheia.
Já que as coisas boas que tivémos não podem voltar a ser e a acontecer, quero ter a capacidade de as poder explorar, vasculhar, remexer e redescobrir. Quero poder, no futuro, quando muito mais se tiver passado, ir evocá-las, alegrar-me por ainda as ter, voltar a conhecer-me como já fui outrora, saber que o que passou foi algo que mereça ser lembrado e revivido, nem que seja apenas em pensamento.
Hoje em dia, e no futuro cada vez mais, há coisas que fazia antes mas que já não posso fazer, não necessariamente por imposição mas também pela evolução e pela mudança que sofremos. Mas tendo a sua memória posso refazê-las mentalmente, tirar partido e gozo delas e do que elas me fizeram sentir da primeira vez e da cada uma das vezes que me consigo lembrar de o ter feito.
II.
Hoje em dia já não choro. Fará parte da evolução, do crescimento? Mas a verdade é que sinto certa falta de o poder fazer como fazia quando era mais novo. Se calhar gastei todos os cartuchos nessa altura e agora já não tenha mais lágrimas para chorar. Não creio que seja perda de sensibilidade, acho que posso estar tão ou mais sensível do que era antes, mas a forma de o exteriorizar já não consegue ser a mesma. Quando era mais pequeno chorava mais por dor emocional que por dor física. Era a forma de extravazar as emoçõese por vezes o nervosismo. Hoje sinto falta de poder ou de conseguir fazê-lo da mesma forma para certas situações. As emoções prevalecem, são até mais intensas, mas as lágrimas não saem quando deviam. E quando antes o fazia, sentia nisso um escape de certa forma. Agora o escape é capaz de ser mais racional - pensar sobre o assunto - mas não é necessariamente mais eficiente ou benéfico. Posso sempre usar as memórias para me lembrar ou para reviver, mas gostava de efectivamente o fazer quando tal fizesse sentido ou fosse necessário, como dantes. As lágrimas que choramos para dentro não nos libertam tanto como as que nos caem dos olhos pela face abaixo, que nos chegam salgadas aos lábios e á lingua, que nos deixam os olhos vermelhos e inchados... curiosamente já conseguia não ficar com os olhos muito inchados ao chorar. O truque é não esfregar os olhos ou limpá-los com as mãos; deixar as lágrimas escorrerem livremente e esperar que os olhos sequem naturalmente sem qualquer acção sobre eles. E chorar sem limpar as lágrimas era ainda mais libertador (não sei se puro?) e era um escape ainda maior. Não sei se tudo isto se relaciona de alguma maneira com o prazer que me dá sentir a chuva caír em mim sem que eu tente evitá-la ou proteger-me? Mas de facto ambas as situações são, cada uma á sua maneira e no seu contexto, escapes bastante satisfatórios para certas revoluções emocionais.

(Je pense que) Je sais...

(Eu penso que) Sei que tu não serás a mulher da minha vida.
E creio que pensas que eu não serei o homem da tua.
Mas porque é que isso nos impediria de tentarmos alcançar a felicidade juntos?
Porque não procurarmos tirar o máximo um do outro, de nós?
A felicidade não consegue ser absoluta, eterna, apenas momentânea, fugaz, deliciosamente extenuada, gasta no cair de um grão de areia numa ampulheta.
Porquê evitar que ele caia, se não temos forma de deixar de virar a ampulheta uma e outra e outra vez?

Voltei, mas...

Voltei aqui para retomar as escritas esporádicas que me surgissem na cabeça, talvez tentando aproveitar o facto de ter então entrado de férias e de tentar resumir um pouco o que nos passados seis meses passou por cá e por lá. Mas de facto as férias serviram para ser férias, para aparvalhar, para vaguear e para viajar. E tal não me permitiu retomar as divagações. Mas pode ser que me emende com o tempo.
De facto, soube muito bem tirar uns dias e aproveitar para regressar a Londres, desta vez em férias, em passeio despreocupado. Tive o enorme prazer de ser recebido pelos meus anteriores anfitriães, de gozar da sua animada companhia, de conhecer novos elementos residentes, de passear com outros amigos turistas e com novos aliens na cidade... enfim, um sem número de experiências que não seria facilmente resumidas aqui. Creio que será suficiente dizer que foi óptimo e que as saudades e a vontade de voltar não só se satisfizeram com esta visita, como também aumentaram. Vamos a ver quando será possível o retorno; aguardo ansiosamente!

domingo, novembro 05, 2006

Rurouni Kenshin 1st Ending

A par com a anterior música de abertura, esta também é uma das minhas favoritas! Se calhar foi hábito por ouvi-las quando via na televisão, mas o facto é que ficaram cá dentro e quem se lembra de mim na faculdade recordar-se-á das minhas tentativas para as cantar...
One Half-Rurouni Kenshin 2nd opening

Não percebo nada da letra, mas gosto muito desta música e adoro (estou a ficar meio viciado) a manga - já vou no 12º volume)

terça-feira, outubro 17, 2006

Voltei, voltei...

Bem, faz hoje quatro meses que publiquei aqui o meu último post; acho que consegui que as raras pessoas que eventualmente passassem por aqui os olhos perdessem totalmente o interesse de visitar o que se passa nesta cabecinha [pouco] pensadora. Mas também nunca foi o meu principal objectivo chamar atenção das massas, por menores que sejam. Antes, queria poder registar de alguma forma o que o vento trás com ele e que fica preso entre estas duas orelhas. E nisso creio que sempre conseguirei completar-me aqui, com mais ou menos assiduidade, com maior ou menor rigor ou disciplina, acho que posso contar com o 'ovo no cú da galinha' no que a estes registos diz respeito.

Enough of this crap!

Neste hiato muito se passou (e daí também, mas não só, se justifica a falta de registos), coisas com mais interesse que outras e naturalmente umas mais marcantes. Decerto que não vou conseguir recuperar tudo e nem faria sentido tentar recuperar o tempo perdido e revirar todas as lembranças que ficaram por revelar neste período. Mas talvez vão surgindo nos próximos posts um ou outro episódio dessa altura, não necessariamente os mais marcantes nem talvez os mais interessantes.

sábado, junho 17, 2006

Here we go again

Long time, no see...
Ultimamente isto não anda fácil para postar coisas por aqui. N'há tempo pra tudo. Quero ver se volto mas a cabeça também não ajuda muito com tanta coisa lá enfiada ao mesmo tempo. Preciso de fazer uma limpeza geral ao 'armário das memórias'!

No fim de semana passado já deu para 'limpar um pouco o sebo'. Aproveitei uma ida à praia em Santa Cruz para tomar um daqueles banhos à antiga... na minha infância os banhos na Ericeira eram de horas seguidas, sempre a rebolar na rebentação, a desafiar os limites do corpo e a sua flexibilidade com 'boleias' arriscadas nas ondas mais violentas, sujeitando a pele aos mais desagradáveis arranhões da areia contra a qual a onda nos atirava, ficando por vezes atolado na praia porque as regras eram: 'No jacaré ninguém anda em pé!'. Jacaré era o nome que davamos àquela prática de banho, creio que o herdámos dos mais velhos que já assim o chamavam na sua infância. E muito gozo ainda me dá um bom jacaré, aliás, não acho piada nenhuma aos banhos no mar algarvio porque não permite estas insanidades. Mas como contava, no fim de semana passado deu para matar saudades e principalmente para limpar a cabeça com um óptimo jacaré. Estranhamente a água em Santa Cruz estava quente(!) o que me permitiu ter também companhia no banho, porque senão já sei que tinha ficado a curtir a água fria sozinho. Por um lado tenho pena porque gosto muito mais daquilo com água fria, faz-me sentir melhor e também obriga a manter o ritmo para não deixar o corpo arrefecer.

Com tanta coisa nesta cabeça acho que se recomendavam muitos mais sessões de jacaré, do nível mais violento possível. O pior agora é mesmo as multas que nos querem fazer pagar por estar a tomar banho com bandeira vermelha... qualquer dia multam-nos por espirrar em ambientes fechados... dahm system! Se calhar o que vai ser preciso fazer é criar a modalidade como um desporto federado e conseguir assim umas licenças para andar a tomar banho à vontade.

segunda-feira, maio 22, 2006

Dry-wet

Hoje durante o dia choveu a potes em Londres.
Infelizmente nao me molhei, continuo seco... Gostava de ter sentido as gotas da chuva a escorrerem pelos labios, saborear o doce do seu toque. Nao deu, fiquei com a boca amarga do cha e com raiva de nao estar la fora a beijar a chuva!

domingo, maio 21, 2006

Quicker than a ray of light

O sol afinal mostrou-se esta tarde em Londres!!! É bom sentir os seus raios aquecerem-me o espírito. Traz-me novos pensamentos à minha mente, faz com que o vento e a chuva se escondam num recanto longe da vista, mas no fundo do meu coração continuam presentes as saudades da chuva e a ansia que a sua falta me faz...

See you soon...

Há muito tempo que não tinha o privilégio de andar despreocupadamente na rua a sentir a chuva a cair em cima de mim suavemente... pude fazê-lo hoje, calmamente, vindo de um restaurante libanês onde fui buscar um lamb shawarma divinal para comer ao almoço em casa de um amigo que pacientemente me tem aturado por cá. Pelo caminho parei no Marks & Spencers para trazer uma caixa do já habitual ananás cortado que tão bem sabe, fresquínho, uns bocados doces, outros ácidos, todos sabororos e refrescantes.
É um até já a Londres...

O dia não está particularmente belo, o sol não se mostra mas a sua luz ainda passa; é como o fiel amigo que mesmo ausente, sei que está lá e com o qual podemos contar. A chuva gosta de se fazer sentir ocasionalmente, sem ser demasiado possessiva, tornando-se na amante mais prazerosa, que me aborda com os seus beijos e confortos de tempos a tempos, mas que não se impõe cansativamente, e por isso me deixa ansioso pelo seu regresso para voltar a poder sentir o seu toque molhado. O vento faz-se sentir, chato e rabugento, empurra-me para fora da rua, obriga-me a deixar para trás a chuva da qual já sinto saudades e a vir para o abrigo do interior da casa. Aqui está tudo calmo, protegido, quer do chato do vento quer da querida, desejada e ansiada chuva. A luz do sol ainda penetra neste abrigo confortante, mas as saudades da chuva que vejo ocasionalmente cair lá fora não são compensadas com os fracos lampejos de luminosidade que as nuvens deixam passar do fiel amigo. A vontade de voltar lá para fora para os braços da chuva é grande mas esbarra teimosamente na presença desagradável do desagradável do vento. Tenho de ficar aqui a contemplar com saudade o que não consigo ter, deixar o meu coração chorar pelo desgosto de não sentir a chuva, cada vez que aos olhos da minha mente ela surge em sonhos impossíveis de concretizar... Quero-te abraçar com força, quero que me encharques e me envolvas com o teu beijo de mil gotas, quero sentir o teu conforatante toque a mostrar-me que somos um! Por mais impossível que seja, por mais que o vento me faça perceber que tu não serás minha, quero ter tudo isso, quero poder sonhar com isso e esperar que um dia o vento não chegue onde tu te entregas a mim e o teu abraço me conforte sem haver mais com que contar. Entretanto o vento vai levar-te para longe e a distância e a ausência das tuas gotas deixar-me-ão murcho. Espero que não leves tempo demais a voltar e a poder reavivar o meu coração com o teu dilúvio.

quinta-feira, maio 04, 2006

Imperfeição



There is nothing like that feeling you just can't keep it in.


segunda-feira, maio 01, 2006

Despertar

Oh... Quem me dera poder dizer-te agora "Bom dia!", nem que fosse pela distância imposta pela linha do telefone. Poder ouvir a tua voz sonolenta e preguiçosa do outro lado, sentir-te a despertar lentamente comigo, ao som dos meus sussurros, ouvindo os barulhos do teu esperguiçar na roupa da tua cama. Este acordar já me bastaria para poder superar um pouco a ressaca provocada pela tua distância. Mas bom mesmo seria poder acordar-te, enrolada pelos meus braços, segredando-te ao ouvido os bons dias e sentir todo o teu corpo despertar, todo ele se esperguiçar envolvido pelo meu e captar o calor que libertarias quando te virasses para mim e me respondesses de olhos semi-cerrados, apenas com um sorriso...

Estúpido diálogo

[...]
- Sou um puto estúpido!
- Oh! Não és nada puto estúpido. Se tu és puto estúpido, então pensa em quantos não o são também e muito mais que tu. O que não falta para aí é putos estúpidos. Tu até...
- "Tu até" o quê? Até parece! Tal como eu, toda a gente "até qualquer coisa"! Não é por aí. E de facto, o que eu me sinto neste momento é um puto estúpido. Só me apetece enfiar num buraco e esconder este gajo que sinto colado à pele. Que irritante que é sentir-me assim. Apetece...
- Apetece?!? Tens de ver as coisas de forma diferente. Não deves ver tudo como estando contra ti. Tens de te lembrar de tudo de bom que já conseguiste e que consegues ter.
- Mas não é só ver as coisas que me rodeiam ou o que consegui ter e preservar. Isso eu vejo que é positivo, bastante até se for pensar em todos aqueles que não tiveram as oportunidades que eu pude disfrutar. O problema é ver-me a mim. É isso que me faz confusão. É isso que não fica bem na "fotografia".
- Eh pá, não digas disparates. As coisas são como são, tu és como és e já fazes aquilo que te compete para estares "bem na foto", em harmonia com o que te rodeia.
- Pois, pode ser que sim. Mas às vezes apetece retocar a imagem, ver-me de forma diferente no enquadramento. Ou então sair daquele enquadramento, ser alguém noutro lado qualquer, noutro lado do mundo...
- Meu amigo; isso são sonhos. Se te perturbam tanto, faz alguma coisa para tentares atingir alguma parte deles.
- Pois, falar é fácil! Agora conseguir fazer alguma coisa que leve a qualquer lado, isso já é mais complicado...
- Oh pá, não me venhas com essa. Não sejas estúpido!
[...]

sexta-feira, abril 28, 2006

Disabling Overactivity

É um pouco o que se passa por estes dias/semanas/meses: excesso de actividade que inabilita para outras coisas, como por exemplo, vir aqui teclar umas palavras.
Meanwhile tenho tentado escrever algo aos poucos, mas também não tem evoluído muito. Tenho escrito muito mas é coisas que para aqui não interessam, só interessam a uns bifes que gostam daquelas tretas todas especificadinhas.
De qualquer forma vi cá só dar um refreshzinho a isto que já está há muito tempo sem nada de novo. Prometo ser breve no regresso com algo de mais interessante que este palavreado que não interessa a ninguém.

Aproveitando a ocasião, e que o título está em inglês, no meu regresso à capital da Grã Bretanha, as coisas ficaram mais lusitanas. Fui de novo simpaticamente recebido pelos meus anteriores anfitriões, mas desta vez o membro representante da gália estava ausente de férias pascoais e uma das mexicanas (que também partilhava a minha condição de visita) estava num périplo pelo velho continente. Assim ficamos com dois lusitanos e uma mexicana (que se esforça para se dar bem com a nossa língua e até se safa muito bem) mais eu, o que dá uma total hegemonia tuga! A menina da gália chegaria ao fim da tarde de domingo, o que também estava previsto para a chegada da mexicana, mas acabou por ter o vôo adiado e por chegar apenas já de madrugada. Nos entretantos, o convívio foi saudável, maioritariamente na língua de Camões, com direito a um dia de passeio e compras por Convent Garden, Oxford Street, Regent Street & Piccadilly Circus. Monday, workday, deu para ir jantar a um japonês no Soho com um amigo, que por acaso também foi lá esta semana para outro projecto, e ir depois beber duas half paints a um pub perto de Piccadilly Circus. Curiosamente, tive lá nesses dias também mais uma amiga, mas que armada em turista, cansou-se a ver museus e não nos foi possível marcar um rendez-vous. Também não dá para fazer tudo. Na terça, jantar num italiano servido por uma espanhola... Londres está repleta de cidadãos do mundo!
Já chegar a Lisboa, foi um choque! Estava tanto calor que nem me senti confortável, quase desejei ter o tempo que estava em Londres (mais fresquinho), mas eu também não tolero muito bem as temperaturas mais altas, prefiro sentir o conforto do frio (ficará para outras dissertações). Mas não há nada como a luz de Lisboa! É a melhor recepção que podemos ter ao voltar a casa!

sexta-feira, abril 14, 2006

Where is my mind? Close to my heart???

Quão dificíl é conseguir estar focado e concentrado quando nos anda algo a vaguear entre a cabeça e o coração!
É bom sentir esse tipo de emoções porque é com isso que nos sentimos vivos e é isso que nos faz sonhar; mas é tão ingrato ficar pelos sonhos, não poder materializar o que ansiamos e ao mesmo tempo perder um pouco do ânimo que precisamos para fazer as coisas que temos de fazer no mundo real.
Não devia ser permitido a pessoas com assuntos importantes por resolver, com prazos a cumprir, com tarefas por cumprir, com vidas por viver... apaixonarem-se e com isso quererem desligar-se do mundo onde têm de estar. Porque estar apaixonado leva-nos a saír daqui, a subir para outra esfera existêncial e a deixar para trás as forças que nos conduzem nesta realidade.
Mas também que sentido faz a vida sem paixões? Nenhuma! Ainda não somos máquinas; somos seres dotados de sentimentos, anseios e desejos, medos e receios que nos fazem vacilar e que nos fazem amar. E que melhor há que sentir tudo isso, i.e. sentirmo-nos vivos?
Back to earth*...


*Funny thing I've noticed just now: a proximidade que há na língua inglesa entre as palavras 'Coração' e 'Terra' (de Planeta Terra) - Heart & Earth. Basta mudar um 'h' de uma ponta para outra e passamos do nosso Mundo para uma parte pessoal de nós mesmos. Serão dois extremos em relação um ao outro? Possivelmente, mas não necessariamente. Mas de facto parecem andar às turras de vez em quando...

quarta-feira, abril 12, 2006

Londres em castelhano

Pois é! Mais uma ausência do país para ir para terras de sua majestade raínha dos anglo-saxões. Há cerca de duas semanas estive lá na minha primeira deslocação no âmbito do novo projecto laboral em que me envolveram. Fui parar a Ipswich; cidade a Este de Londres, quase junto à costa, dizem-me que deve andar perto da dimensão de Leiria. Foi uma semana a estadia. Não foi uma experiência turística digna de grande emoção, mas nem sequer se destinava a isso, foi mesmo para bolir e aí teve utilidade superior. Claro que deu para conhecer um pouco a cidade, principalmente no jantar a meio da semana em que fomos com os colegas ingleses para os pubs e de seguida jantar a um chinês (muito bom) e de volta para outro pub. De resto há a registar (a nível turístico) a tarde em Londres no dia do regresso. Ainda deu para me perder um pouco na City com as malas atrás.
Este fim de semana passado voltei ao reino insular dos bifes. Desta vez fui para passar o fim de semana. Os motivos da viagem voltaram a ser relacionados com o projecto, mas desta vez já não iria para Ipswich; tive a oportunidade de me marcarem a reunião para Londres e por isso pude ficar na metrópole agitada. Mas voltando ao início da viagem: desta vez fui para passar o fim de semana visto que aproveitei o convite feito há já algum tempo por um amigo que por lá desenvolve a bela arte que aprendemos na faculdade*. Tive guarida para os dias não laborais e devo dizer que foi uma experiência muito gira. Gostei muito, até porque se calhar foi o que de mais próximo tive de uma situação de estudante deslocado (sempre tive a vontade de ter ido de Erasmus, mas não calhou...). Reencontrei duas pessoas que já não via há uns anos (com uma mantinha contacto electrónico mas a outra já desde o final da faculdade que não comunicávamos) e fiquei a conhecer pessoas novas e simpáticas, com as quais passei bons momentos e a quem conto poder retribuir a hospitalidade com que me receberam (mesmo não estando elas sediadas na sua terra natal - uma era francesa, outras duas mexicanas, para além de dois compatriotas meus). Estando neste ambiente multicultural, onde não havia um único grã-bretão, acabei por comunicar mais em castelhano (ou o que é que se possa chamar aos sons que saem da minha garganta quando tento comunicar nessa língua - poderá ser algo como espanhoel?!?!) que em português (afinal estávamos em maioria - 3 tugas, 2 xicanas e 1 franciú) ou sequer inglês (afinal era a língua do território e sendo a língua mais universalmente falada, seria 'natural' que fosse a utilizada). Não sei se isso aconteceu por já ser a língua estabelecida lá em casa, se por ser mais fácil a um português entender e fazer-se entender em castelhano que um hispânico aventurar-se pela língua d'Os Lusíadas, se por elas (mexicanas) se conseguirem impor mais que o português? Não sei. O que sei é que 65% das conversas eram numa espécie de castelhano (mesmo se fossem só portugueses envolvidos), 20% em inglês, 13% em português e um resto de 2% numa tentativa remota de falar um pouco de francês. Já por diversas vezes me insurgi contra esta situação (em que eu-português é que tenho de falar na língua dos meus interlocuores de diferentes nacionalidades, quer sejam espanhóis, ingleses, franceses, italianos... e quer seja na terra deles quer seja, principalmente, na terra de Viriato!)**. Devo acrescentar o facto mais preocupante disto tudo: é que mesmo depois de não estar com eles, quando só tinha bifes à minha volta, se pensava no que queria dizer-lhes, os pensamentos surgiam-me primeiro em castelhano e só passado uns instantes é que voltava a mim e recuperava a noção que teria de usar o inglês para comunicar. Felizmente essas palavras em castelhano nunca chegaram a saír da boca para fora, mas também duvido que os meus interlocutores percebessem a diferença entre português e castelhano.
Talvez seja este um pouco o fascínio das grandes metrópoles - a multiculturalidade das pessoas que por lá passam e o pequeno universo que por lá encontramos concentrado (não tão concentrado porque aquilo é muito grande tendo em conta a nossa dimensão).
Feitas as contas, gostei muito da experência de Londres mas teve a ver principalmente pela companhia e pelo lazer que pude disfrutar (claro que a cidade também contribuí muito) e sei (pelo menos conto com isso) que vou lá voltar brevemente e mantenho a esperança de poder reencontrar os meus anfitriães.

* Confesso uma certa preguiça em tentar envolver-me mais pela carreira puramente académica como achava interessante durante os anos do curso e ainda hoje, mas tenho a noção que não seria para mim esse tipo de vida, sei que não teria disciplina para fazer esse tipo de carreira e que por muito que gostasse seria um risco parvo enveredar por um caminho que não seria o adequado para os meus passos.
** Uma das quais foi em plena Madrid, a mandar vir com um grupo de espanholas para falarem em português comigo, e a teimar que não haveria mais conversas senão em português de Portugal. Mas é claro que um homem não move uma montanha, e por isso ainda hoje se verifica esta situação. Mas isso só demosntra que nós somos um povo comunicativo e que procura entender-se com os demais (mas também que somos muito pouco convincentes e que não conseguimos impor a nossa língua).

segunda-feira, abril 03, 2006

Value the expected

Depois de acabar de publicar o post anterior fui tomar banho e pus-me a pensar no que tinha escrito. Muitas vezes no banho vêm-me ideias à cabeça, não sei se por ter água a regar a mioleira, se por me encontrar num sitio isolado de tudo o resto, se por outra qualquer razão estapafurdia, se é que tem de haver razão?

O que fiquei a pensar foi que o que tinha escrito descrevia de forma minimamente fiel as minhas emoções da noite em questão. Mas que na noite em questão houve muito muito mais que apenas os factos relatados. Está certo que os relatei por serem marcantes (e talvez invulgares), mas fiquei a achar (na banheira) que tinha acabado de cometer uma pequena grande injustiça!

No intervalo de tempo entre tudo o que já relatei antes não houve um vazio. Estive preenchido e pude gozar da companhia de alguns dos meus amigos, quer ao jantar, quer no social do Bairro Alto. E é a eles que eu sinto que possa ter defraudado quando escrevi o post anterior. Porque eles são a companhia que faz valer a pena ir jantar fora, passar a noite a vagabundear pelo Bairro ou ir para qualquer outro lado. É por ter a sua companhia que estou lá, é por saber que, mesmo que não combine nada com eles, posso ter a agradável surpresa de os encontrar mais uma vez no sítio do costume (não é o Pingo Doce!). Tal como quando tenho o prazer de ouvir um deles dizer-me com um sorriso maroto sempre que nos encontramos lá: "Não falhas!". E de facto é bom ouvir isso, porque só o posso ouvir se ele lá estiver também. E mesmo sem ouvir dos outros essas mesmas palavras, saber que eles não falham, que estão lá se for preciso e mesmo quando menos é preciso, dá um sabor especial à sua companhia. Não que isso esteja presente na minha mente em todos os momentos, mas de facto se eles faltassem não faria sentido fazer certas coisas e não teria as oportunidade de esperar o inesperado.

É fácil menosprezar aquilo que damos por garantido e pensar que será algo certo para sempre. Mas nada é para sempre! O que temos de saber é que se quisermos prolongar algo ao longo das nossas vidas, possivelmente até ao fim, então temos de saber como as conquistar e como as preservar. Mas também importante, temos de saber como as disfrutar.

sábado, abril 01, 2006

Expect the unexpected!

Citando uma música de rap dos early nineties (penso eu ser dessa altura não sei muito bem de quem?): And when you least expect it, Expect the unexpected!!!

De facto a noite passada no Bairro Alto, aconteceu-me isso duplamente. Não de uma forma trágica ou completamente surpreendente, antes de uma forma simples, em parte já antecipada, noutra parte, possivelmente natural (?). Os episódios seguiram então como passo a relatar:

Act One - Aproveitei uma boleia de uma amiga/co-worker para ir para o centro da cidade porque ela tinha um jantar perto do Príncipe Real às 2100 e queria passar o tempo até lá. Fiz-lhe companhia (e gozei da sua) pelas ruas adjacentes ao Bairro Alto, para nos dirigirmos ao Chiado (mais propriamente aos Armazéns do) porque também tinha o interesse de ir comprar um bilhete para os Kings of Convinience (não fosse o contratempo de ter deixado um cheque fnac em casa que me daria jeito gastar nisso e do facto de já o não encontrar na lista de concertos agendados). Passeámos em busca de um par de ténis para ela (anda com necessidade de calçado mais confortável) pelas lojas da zona, caminhámos quase até perto do Rossio e voltámos para a boca do metro em frente à Brasileira para ela se reunir com as suas convívas para o repasto notívago. Fui com elas até à porta do restaurante e depois segui para o local do meu jantar (marcado para dali a uma hora entre o Jardim das Amoreiras e a Artilharia Um; para meu espanto, cheguei lá em pouco mais de 5-10 min), tendo combinado com ela um possível reencontro no Bairro Alto após os repastos. Este encontro no Bairro Alto com ela é já uma coisa por se concretizar há uns meses mas que tem insistido em não acontecer. Mas esta noite parecia que finalmente se iria concretizar. Lá fui para o meu jantar, e como já é hábito fomos de seguida parar ao Bairro (e não foi preciso eu forçar muito porque vamos lá quase sempre). Entretanto sabia que ela já lá estava (começara a jantar uma hora antes e já estava lá ao lado enquanto nós ainda tivemos de andar à busca do estacionamento perdido). Estando eu de pés firmes no Bairro, tentei contactá-la para finalmente termos o tão adiado encontro naquele sítio. Mas nada. Nenhuma resposta do outro lado. Uns minutos depois recebo uma chamada, já estava a caminho de casa. Nada que eu não tivesse previsto e prenunciado em voz alta durante a tarde (talvez por força do receio?), mas mesmo assim foi inesperado por já estar tão perto de se concretizar. Too bad, maybe some other time.

Act Two - Andava eu pela socialização natural do local quando se me deparam a meus olhos duas (a início) figuras conhecidas, mas não daquelas bandas. Duas amigas recentes que conheci através de uma outra que reencontrei há uns meses (após talvez uns 12 anos de hiato). Ela viria a mostrar-se no encalço das duas precedentes (mais tarde fizeram-me notar que ainda tinha ido uma quarta que não notei por estar a cumprimentar a minha amiga). O estranho e inesperado disto é que pelo que sabia, ela (em particular, as restantes não sei ao certo) não era grande fã de saídas nocturnas em locais com algum reboliço e movimentação. É mais do género de fazer os seus serões em casa com os seus, nos quais tive e terei sempre o prazer de participar desde o nosso reencontro. Mas pelo que me confessaram imediatamente, ela como que foi arrastada a ir para ali, por uma causa comum. De facto os seus olhos pareciam os de um cachorrinho que se sente deslocado quando chega à casa dos novos donos (não querendo com isto dizer que ali passaria a ser o seu novo destino de socialização nocturna), ou melhor, de uma criança pequena que foi obrigada a ficar acordada até tarde longe do reino do seu quarto e que só tem em mente poder encostar a cabeça na sua almofada e descansar. Pode não estar nenhuma destas metáforas minimamente próxima do que ela poderia estar a sentir, mas foi um pouco o que li naqueles olhos. Mas no fim de tudo, o que mais me marcou foi a alegria do encontro tão inesperado (até porque a minha ausência daqui do mundo cibernético teve um paralelismo físico que me deslocou um pouco do resto do [meu] mundo) num local que eu achava impossível acontecer.

Feitas as contas, o saldo final dos dois acontecimentos inesperados foi possitivíssimo, embora pudesse ter sido mais. Mas há que não ser ganancioso e aceitar as coisas como elas acontecem. E quem me garantia que se o desfecho do primeiro fosse diferente, teria acontecido o segundo? O mesmo se passou no sábado passado (perdi uma oportunidade para ganhar depois outras coisas que poderiam não ter acontecido se as minhas opções fossem diferentes ao início) e o resultado final não foi mau também. Mas ficamos sempre a pensar: e se... mas não vale a pena chorar sobre leite derramado, como diz a vox populi. A vida vai-nos dando o que pode, e as surpresas estão ao virar da esquina. À que esperar que sejam boas, mas estar preparado para o pior.

domingo, março 19, 2006

Tiro ao lado

No seguimento do post anterior, venho aqui chorar-me pela minha falta de sorte. Então não é que na sexta feira à noite, a relatar o que relatei no referido post a um amigo, ele me diz que o lá referenciado jogão fenomenal passou no canal da memória na quinta feira! Afinal era mesmo um jogo entre o benfica e o leverkusen, mas o que eu assisti foi a primeira mão da eliminatória. O ansiado jogão foi a segunda mão, jogada na alemanha, que acabou com um empate a quatro bolas para cada lado. Fiquei triste por saber que mais uma vez perdi o jogo... sei que já tinha passado nesse canal há uns meses, voltaram a repetir a semana passada... quando (se é que o vão?) é que voltarão a passar? Tenho de estar à coca, se vir a primeira mão, no dia seguinte não perco a oportunidade. Mas a fé não é muita, e entretanto devo esquecer-me...

Ontem, e também no seguimento do post anterior, soube que um tio meu tem o DVD do Starship Troopers. Só espero não me deparar com tal objecto, senão ainda perco a cabeça. Também expliquei a situação (do fascínio incompreensível) a outro amigo meu e ele ficou parvo com tal relato. Mas é assim a vida, cheia de coisas claras como água, e outras turvas e inexplicáveis. O importante é gozá-las todas!

Faço aqui uma despedida momentânea, visto que nos próximos tempos vou estar um pouco afastado de meios que me permitam fazer uma actualização a este espaço. Não sei quando voltarei, mas prometo ser breve (o mais possível).

Ah! E se virem o jogão passar de novo no canal da memória, gravem, sff!!!

I'll see you soon.

quinta-feira, março 16, 2006

Once again in my mind through my eyes

Ontem à noite foi noite de taça de portugal, em que o benfica jogou com o vitória e o jogo foi transmitido no primeiro canal. Já no dia anterior e nessa manhã havia dito aos meus colegas que este jogo era para perder, e de facto confirmou-se o meu prognóstico. Infelizmente. Preferia acertar na lotaria ou pelo menos errar nestas previsões. Mas são assim as coisas. Felizmente, antes de me começar a entusiasmar com a bola (até estávamos a pressionar e com possibilidades de ganhar o jogo), mudei para outro canal onde fiquei frozen porque aos meus olhos se mostrou um filme que eu... gosto muito (para simplificar as coisas). Já vi o filme umas (sem qualquer tipo de exagero) quinze vezes. Sempre que o filme passa na televisão, e normalmente apanho-o por acaso, sem saber que estava na programação, fico preso a vê-lo.

O filme é Starship Troopers do Paul Verhoeven. É um filme de ficção científica razoavelmente básico, sem nenhuma mensagem subjacente fortemente marcante, basicamente um action movie com muitos tiros, muito sangue, muitos mortos (entre humanos e insectos, os dois exércitos em confronto). Mas não consigo resistir e fico sempre a assistir ao filme com uma atenção apaixonante, todas as vezes sem excepção. Acho que não posso comprar o DVD do filme senão acabava a minha vida a vegetar em frente à televisão com o disco já em chamas. Há imensos outros filmes muito mais interessantes e com uma história mais sólida e mais desafiantes mentalmente, visualmente, tudo... Este filme em muitos aspectos é tão básico e tão pobre que é um verdadeiro paradoxo este meu fascínio. Mas talvez seja por isto tudo que eu fico agarrado a ele. Ou então é tudo uma análise imensamente superficial do que se passa à frente dos meus olhos e se calhar há mesmo uma mensagem bem construída e marcante no filme. O filme está longe (muito até) de ser mau, quer a nível de realização, de desempenho dos actores ou da história, mas a ideia que tenho é que não é nada de fora do vulgar. Sinceramente não me interessa, só sei que fico especado a ver o filme, que se voltar a deparar-me com ele, hei-de ficar de novo, que isso me dará um gozo imenso e que não ficarei com qualquer tipo de remorso por estar a perder o meu tempo com um filme visto e revisto e re-revisto...

Há outro filme do género que também devoro em quantidades industriais, Dune do David Lynch. Neste aqui já vejo mais complexidade evidente, mas se calhar estou a ser engando pelo aspecto gráfico do filme ou pelo nome do realizador ou por qualquer outra coisa no meu inconsciente. Também já o vi diversas vezes e sempre com mais vontade. Tanta que caí no erro que me ia desfazendo todas as boas memórias que tenho dele. Não sou cliente de nenhum video-clube, mas a minha avó é. E quando fui uma vez passar um fim de semana com ela, fui ao video-clube dela para alugar um filme e o que é que eu vejo nas prateleiras... a sequela do Dune. Peguei nele e, tal criança maravilhada por ver um prolongamento dos seus sonhos, resolvi levá-lo para casa para me deliciar com a continuação do meu tão caro filme. Claro que não era do mesmo realizador, não eram os mesmo actores, mas resolvi dar o benefício da dúvida, abrir os meus olhos e saciar as minhas expectativas. E porquê condenar à partida um filme só porque não tem ninguém conhecido à frente ou atrás das cameras? Também existem coisas boas vindas de lugares desconhecidos. E afinal até há um nome conhecido (William Hurt). Mas o desastre não demorou muito a chegar, bastou a cassete começar a rodar. A introdução ao filme deixa adivinhar algo de menos bom, as primeiras imagens concretizam as suspeitas. O aspecto a algo próximo do grafismo das séries de televisão que passavam aos fins de semana e que tanto me arrepiava ver quando fazia zapping a meio da tarde (Xena, Hércules e afins) destruíu por completo a minha esperança de algo minimamente próximo do filme do Lynch. De qualquer forma vi o filme, tentei relacionar com o original e voltei ao video-clube para alugar a terceira parte (havia mais uma quarta). Mas a capacidade de suportar tal obra de ficção não foi mais forte que o entediamento e rapidamente caí no sono. Podia estar cansado, mas mesmo que quisesse não conseguia digerir aquela história. Fui entregar o filme, sem sequer por a hipótese de tentar ver de novo, e nem pensei no que tinha ficado por ver. Vim mais tarde a perceber que as sequelas que eu tinha alugado eram mesmo uma série de televisão compilada em vários tomos para distribuição de aluguer, que daria seguimento à história do filme, mas para mim tornou-se em algo de completamente desligado. E só esquecendo qualquer tipo de ligação entre as duas obras é que consegui esquecer as posteriores e contentar-me com o filme. E daí em diante gozo o filme como algo que tem um fim em si mesmo e que, por muito que eu deseje continuar a seguir a história que fica em aberto, deixo de lado as tentativas já feitas e fico-me pelos filmes que posso fazer na minha cabeça.

Com o gozo tirado do Starship Troopers nem me pesou a derrota sofrida (e prevista em premonições) pelo benfica, fiquei pelo sofá a ressacar do bem-estar trazido pelo filme e comecei a ver um jogo de futebol no canal da memória entre o benfica e o leverkusen, de 1994, creio. Sei que houve um jogo por volta desses anos que foi considerado um jogão fenomenal. O benfica bateu-se com uma equipa, creio que alemã, mas não sei qual, num jogo que foi um elogio ao futebol. Sei que perdi esse jogo na altura e desde então que tenho ganas de o tentar ver. Foi na expectativa de ser o que estava a passar naquela altura, que fiquei mais uma hora e tal preso à televisão. Mas pelas crónicas que recordo, foi um jogo com mais que um 1-1 no placard final, e até creio que foi jogado fora de casa, o que me leva a pensar que afinal não foi o jogo que fiquei a assistir. Continuo então em busca de apanhar esse jogo, no canal da memória, ou que alguém que o tenha gravado me empreste (sei que ouvi alguém dizer que o tinha gravado, mas já não retenho quem).

Resumindo, há coisas que podemos abdicar mesmo que pensemos que sejam fulcrais, há coisas que não nos fartamos e que nos completam de cada vez que delas disfrutamos, há outras que ansiamos mas que nos deitam tanto abaixo que mais valia termos abdicado delas, há ainda outras que perseguimos uma vida inteira mas que podemos nunca as ter.

See you soon

terça-feira, março 14, 2006

Só vê quem quer

Relativamente à noite de ontem, gostaria de poder dizer que tinha presenciado duas coisas que não contava alguma vez experienciar. Mas se o dissesse estaria a ser injusto para muitas pessoas que não o merecem.

A primeira surpresa foi assistir a um filme português com o qual fiquei francamente bem impressionado. E não seria verdadeiro se dissesse que não contava ver um filme português que me impressionasse, até porque já se fizeram muitos filmes portugueses muito bons. Mas se o fui ver era porque também me sentia minimamente cativado para tal e (por obra do marketing ou outro tipo de manobras sugestivas) por me sentir curioso com tal obra, afinal sempre teve honras de abertura do Fantas deste ano.
O filme - Coisa Ruim - encheu-me as medidas (sem transbordar por completo) ainda para mais num género pouco usual no nosso cinema - thriller. A construção do filme (argumento e fotografia) está a um nível diferente (mais agradável na minha visão) do que os nossos nos habituram na generalidade da nossa filmografia. Os desempenhos dos actores são bons*, mas isso não é nada de novo. Alguns clichés podem estar lá mais ou menos visíveis, mas haverá algum filme que os dispense? Até acho que foram aproveitados de forma inteligente.
Não me considerando um espectador muito exigente de cinema (gosto de filtrar o que vou ver, mas tudo o que vejo, assimilo sempre como mais uma visão da realidade, sem fazer grandes distinções a nível técnico, de desempenho, de edição, etc... claro que tenho opinião, mas não sou tão drástico como alguns amigos meus), mas no fim de contas posso dizer fiquei com uma boa impressão do filme.

A segunda surpresa foi, no final da sessão, ver o senhor da lanterna entrar na sala em direcção à primeira fila e ajudar um senhor a levantar-se e a sair. Nada de muito excepcional (passou-me pela cabeça que iria sair dali uma reprimenda qualquer, mas não notei nenhum comportamento estranho durante a sessão), até perceber que o espectador era uma pessoa invisual. Isto sim, não contava assistir, um cego no cinema. Tendo em conta que o filme se percebe bem pelos diálogos e sons (desconheço por completo os parâmetros mais importantes para um invisual assistir a um filme, se a lingua é um obstáculo - presumo que seja tanto como para um não-invisual) e que o enredo não se apoia em excesso de efeitos visuais, acho que o senhor terá assistido ao filme tal como eu. Talvez não tenha ficado com o coração apertado nas cenas em que a sugestão era meramente visual, mas, porventura, terá captado outras emoções que para mim são imperceptíveis.
Não podendo contar com os outros sentidos mais apurados que não desenvolvemos e que muito nos ajudariam, quão interessante poderá ser uma experiência de assistir a um filme de olhos vendados? Sem querer desrespeitar os invisuais, certo está, poderá ser uma pequeníssima amostra do que conseguimos ver sem os olhos.

Pensando bem, ainda tive outra surpresa que não contava já que viesse a acontecer. Mostraram o trailler de apresentação (sinal que irá estrear brevemente nas nossas salas) de um filme que já tinha perdido a esperança de o ver em circuito comercial. Já há mais de oito meses que vi num dos sites relacionados com o cinema em Portugal que iria estrear, sendo sempre empurrado para datas posteriores, até passar a estar sem data prevista de estreia. Mas o trailler de ontem devolveu-me a esperança de ver tão aguardado filme - Dare mo Shiranai, ou no título ocidental, Nobody Knows. Ver para crer!



* O que senti, e de novo, não gostaria de ser injusto para os possíveis visados, é que a nossa lingua falada (português falado por portugueses) não será a mais apelativa para o formato do cinema. Fiquei a pensar que os portugueses a actuarem na sua lingua, ficam muito melhor enquadrados num ambiente teatral que numa película de filme. Não sei se é por esta característica da nossa lingua que sinto mais facilidade em assistir a um filme falado em inglês, francês, castelhano, italiano, chinês, japonês, coreano, indiano, alemão, sueco, russo, brasileiro (entenda-se português falado por brasileiros), no fundo, qualquer outra lingua que não a nossa. Creio que a nossa lingua é especial, é uma lingua com um vasto leque fonético e de uma expressividade própria (se é que não têm todas?), que nos permite ter uma abordagem mais fácil a outras linguas, mas que não se torna no som mais consensual para ouvir num filme. É uma lingua mais dada a dramatismos, que são mais exacerbados nos palcos que nos filmes. Aí (diante das cameras) ficamos como que a meio tom, em surdina, ou berramos sem medida, não fazendo sentido aquela expressividade eloquoente que se utiliza e se adequa tão bem aos teatros. Não condeno por isso o cinema português, mas confesso que a minha facilidade de entrar no filme esbarra um pouco na utilização que a nossa lingua tem.

segunda-feira, março 13, 2006

Fresh Thoughts

Este nem teve tempo de amadurecer na mesa de cabeceira... Já alguém deve ter pensado algo deste género, mas ontem ao fim da noite ocupou-me a mente.

Infeliz é aquele que não descobre o caminho que percorre por já o conhecer à partida.

sábado, março 11, 2006

(Very) Old Thoughts

Aliviadamente, encontrei o que havia escrito há anos atrás e que já julgava perdido no meio da confusão de papéis que é o meu quarto. Este foi um primeiro impulso que tive à noite, deitado no chão junto à varanda para poder aproveitar a luz que vinha da rua para me mostrar o papel e o caminho que o lápis descrevia.


Fogo (Duarte Costa, 1998)

Há um fogo dentro de mim
Que não se apaga com um beijo.
Um fogo que se acendeu
Graças a um desejo.

Mas porém, quando te afastas
Esse fogo não se apaga.
E vive de novo
Como uma enorme vaga.

E sou assim consumido
Pela ardente chama
Que faz os mortos acordarem
E os vivos se apaixonarem.

Quem és tu, ó chama falsa
Que me fazes deambular?
Fazes-me querer ter coisas que não posso
E alguém para amar.

Mas graças à minha triste sorte
Não posso, com quem quero, estar
Serei eu uma besta feia
Ou apenas um insignificante
A quem não deram o prazer de desprezar?

Só o justo merece tal sorte
(Serei eu justo para a ter?)
Pois os não merecedores,
Em toda a História
Nada fizeram para possuir
O que aos outros, por sentimento
Se devia atribuír.

Para quê viver?
Se as superioridades que os viventes criaram
Nos destinam a morte,
Só a morte por certo,
Num caminho ingrato de percorrer.

Tanta coisa para... nada.
Só há uma satisfação:
Para além da morte, a paixão!
Paixão que nos mata mais que a morte,
Pois nos obriga a viver.

Quem vive sem paixão
Está prestes a morrer.
Mas quem vive tamanho amor
Está morto com certeza,
Pois é impossível tanta beleza
Numa vida de fraqueza.

E assim te entrego na mão
Uma vida de solidão.

Este texto foi escrito para uma pessoa muito especial naquela fase da minha vida e que, após recente reencontro, confirmei que será uma pessoa sempre importante para mim, independentemente dos cruzamentos que tenhamos durante as nossas vivências. Um beijo forte para a M.

New Thoughts

Estes são mais recentes e por isso tiveram de ficar uns tempos a marinar na minha mesa de cabeceira.


Olhar (Duarte Costa, 2006)

Quem me dera de ti receber
Aquele doce olhar apaixonado
Que abraçaria o meu coração acelerado
Que do teu amor por mim mal vê.


Sonhar (Duarte Costa, 2006)

Que mal que me faz contigo sonhar.
Por melhor que sejam os sonhos,
Mais longe ficam de os alcançar.
Se tristes estes se revelam,
Mais eu tenho a recear.


Pulsação (Duarte Costa, 2006)

O meu coração bate por ti,
Ao ritmo de um comboio incessante
Ao passar pelo entroncamento das linhas da vida
Que tem e que quereria percorrer.

quinta-feira, março 09, 2006

Bandeirada

Em seguimento ao post anterior, veio-me à cabeça um pensamento que nunca me tinha surgido.

Pus-me a reparar nas bandeiras dos principais partidos representantes dos nossos desejos eleitorais e analisei (de ânimo leve e de forma muito subjectiva e que a maioria poderá discordar facilmente) os simbolos lá representados. Estranhamente, nem com os cartazes sobre a exposição da Casa de Serralves presente na casa dos nossos representantes esta ideia se me pôs.
A ideia base é que, em todas as bandeiras existem símbolos pontiagudos, potencialmente agressivos.
Não me questiono da potencial estratégia de marketing subjacente a cada uma, ou das fundamentações ideológicas ligadas a cada corrente de pensamento político (se é que as há hoje em dia?); estou simplesmente interessado em 'ver' os símbolos que lá estão e de certa forma moldá-los para confirmar a minha ideia.

Começando pelo mais evidente, mas se calhar menos caché. O partido da foice e do martelo. São símbolos que já vêm de longa data e que representam de certa forma o ideal subjacente às origens do partido em questão. Tendo origem num tempo em que muitos dos ideais políticos começaram a criar raízes, estes símbolos terão mais significado que os restantes a nível ideológico, e por isso disse que serão os que menos escondem. Geometricamente são de facto símbolos pontiagudos (pelo menos a foice) e que mostram alguma agressividade (luta de classes e por aí fora).

O partido dos democratas-cristãos tem como símbolos na bandeira, um círculo e duas setas apontadas a este. São inequivocamente objectos pontiagudos, à primeira vista não são agressivos mas também não sei o que possa significar aquela disposição espacial das setas (normalmente indicam um sentido ou uma orientação).

Os sociais-democratas têm como bandeira uma seta em sentido ascendente (antes eram três setas paralelas, mas com a modernização foi estilizado o símbolo, perdendo-se com isso associações que facilitavam a vida a muito boa gente que vulgarmente as identificava como 'as chaminés'). Mais uma vez as setas presentes na simbologia partidária (e mais uma vez me interrogo do seu significado, se bem que a ideia de indicar um sentido seja mais legível aqui que no outro caso).

Os 'gajos' do partido actualmente no governo são os que mais disfarçados estão. Têm como símbolo a rosa, à primeira vista um símbolo nada agressivo, que transmite uma ideia serena e de harmonia. Podem perguntar com legitimidade: Sinais de símbolos pontiagudos, estão então onde? Dir-vos-ei que estão na própria rosa - os espinhos! Como é de conhecimento comum, (quase) todas as rosas têm espinhos, algo que a maioria de nós já sentiu na pele. É claro que é uma ideia rebuscada e muito escondida, mas como disse de início, tentei moldar os símbolos ao meu propósito. Quanto à agressividade, de facto não leio muita agressividade no símbolo (tirando a razão biológica para as rosas terem espinhos - defesa própria), mas também não nos esqueçamos do símbolo antigo, o punho erguido, esse sim cheio de força e de agressividade (pontiagudo seria se as unhas estivessem crescidas).

Os que se juntaram em bloco canhoto, parecem escapar à primeira vista desta análise, mas fazendo um exercício imaginativo, aquele boneco deles tem uns membros pontiagudos. Se imaginarmos pegar nele, só pela cabeça é que não nos picávamos.

No fim de contas, a única malta que não mostra símbolos pontiagudos ou agressivos no seu estandarte partidário (com assento na Assembleia) é a malta do partido ecologista. Pelo menos ainda não fiz nenhum exercício mental para descobrir pontas ou agressividade num girassol (se bem que agora vendo bem... os girassóis crescem para o alto em proporções maiores às das plantas circundantes para poderem captar melhor a luz solar - agressividade clara em relação à vizinhança; e estão sempre orientados para o sol - o que sugere seta e por si, pontiagudo... très caché!!).

Nunca entendi muito bem estas politiquices...

quarta-feira, março 08, 2006

Ai Portugal, Portugal...

Dez anos depois e à segunda tentativa, vamos finalmente e infelizmente entrar nas silvas!

Espero que não fique muita gente arranhada!

Se bem que as rosas também têm espinhos...

Viver neste país é uma sangria desatada! Sangram-nos por todos os lados, mas nós é que plantamos as rosas e as silvas nos jardins por onde passeamos. Depois não nos podemos queixar que ficamos arranhados com tanto espinho!

terça-feira, março 07, 2006

Thoughts

Os pequenos textos que seguem foram escritos maioritariamente à noite no meu quarto, estando a cabeça e/ou o coração longe de lá. Já pensei numa pequenina edição artesanal deles compilados, mas por enquanto ficam-se por aqui pelo cyber-espaço. E falta-me ainda encontrar os mais antigos... ficará para outra oportunidade.


Quero (Duarte Costa, 2005)

Quero diluir-me no ar como uma brisa.
Quero que a vida passe por mim e não pare.
Quero que a dor me trespasse e não fique.
Quero que o amor me envolva e não murche.

Quero deitar-me contigo no leito do rio,
Abraçar-te com força, sentir o frio
E deixar-nos fugir para o vazio.


Aurora (Duarte Costa, 2006)

Apetece-me envolver-te nos meus braços
E renascer do calor do teu corpo.
Sentir o teu rosto suave,
Na aurora desta nova vida.

Mas a noite ainda é longa,
E só às vezes é que o dia nasce por acaso.


Saudades (Duarte Costa, 2005)

A todos os que me conheceram,
Quero ser invisível,
Inodoro,
Intangível!
Nem mera recordação,
De nenhum ou qualquer tamanho.
Pois os que foram, já lá vão
E de mim saudades só eu tenho.


Ser (Duarte Costa, 2005)

Eu sou tudo e sou nada.
Sou como tu, sem ter nada a ver.
Sou como uma gota de chuva isolada
Que quando cai no mar só pode desaparecer.



New Day (Duarte Costa, 2006)

It's the beautifull sunshine of the spotless sunrise!
(Esta frase veio-me no amanhecer do dia de carnaval, quando por volta das 07:30 saí da discoteca e fui a caminhar para o carro, podendo gozar plenamente do sol que há pouco tinha nascido radiosamente e que me brindava com a sua magnânima luminosidade. Confesso uma clara influência do título de um filme que muito se parece com a frase, mas não deixa de ser um pensamento que me possuíu a mente durante todo o caminho até à cama e que traduz de certa forma o sentimento do momento.)

quinta-feira, março 02, 2006

Follow your gutt!

Ontem de noite estava com a fisgada de retomar a minha rotina dos últimos tempos e ir ver um filme ao cinema (ultimamente ando muito menos assíduo e tenho tanto filme por ver...). O plano era chegar a casa, largar o computer, fazer algo de comer e por uma roupa mais cómoda para o serão cinematográfico. Tudo bem até ao momento de fazer algo de comer. Quando a escolha é pouca entre coisas quase feitas, as possibilidades de combinações entre o que existe pela dispensa e pelo congelador tornam-se múltiplas e desafiantes. Fico completamente indeciso sobre o que fazer para agradar às minhas papilas gostativas quando tenho de decidir pela imensidão de combinações possíveis. E o chato disto tudo é que para ultrapassar esta indecisão levo mais tempo que para escolher um CD quando não sei o que me apetece ouvir - ou seja, uma eternidade. Mas a proximidade horária das sessões de cinema a que queria assistir obrigava a uma escolha por algo célere na concepção. O problema é que, mesmo às pressas, gosto de satisfazer as necessidades das papilas gostativas e não ficar pela solução mais simples.

Uma das soluções mais viáveis seria uma massa com alho e azeite... mas no jantar da véspera já tinha sido esse o manjar (com umas tiras de bacon frito à mistura) e queria dar-me ao luxo de variar um pouco. Assim sendo, e visto não ter mais bocas para satisfazer para além minha, podia sonhar alto em termos inventivos. Andavam perdidas há já algum tempo pela mesinha em frente ao sofá duas receitas de risotto que faziam crescer a vontade de experimentar algo do género sempre que as lia. Então estava tomada a decisão - vai de arroz! Alguns senãos se pôem:
1. em casa não tenho risotto (tipo específico de arroz próprio para confecção à moda italiana);
2. dos outros ingredientes da receita escolhida (risotto com cogumelos em detrimento de risotto com pato) muitos também não faziam parte da lista do que preenche a dispensa ou o congelador;
3. tempo... o arroz pede sempre algum tempo para se preparar para ser decentemente consumido e o cinema não estava longe de começar. O compromisso estava tomado e com alguma arte e mestria poderia sonhar com uma chegada em cima da hora à bilheteira; mãos à obra e toca a decidir o que utilizar para adornar o arroz (não risotto).

A receita de referência pedia arroz redondo carnaroli ou vialone nano (não há, vai de carolino), cebolas (check), echalotte picada (não há, aguente-se), alhos (check), vinho branco seco (não há aberto, vai do que está por acabar que é tinto mas servirá), cogumelos selvagens chanterelles e boletus (nunca ouvi falar destes dois, tenho uns champignons congelados e uns cogumelos secos chineses), caldo de galinha (com a gripe vou cortar da lista, até porque não tenho na mesma), manteiga (check), azeite virgem extra (virgem e/ou extra acho que não é mas é do nosso normal e é muito bom), queijo parmesão (também não há, mas tenho uma alternativa que gosto muito mais e que bate o parmesão aos pontos em qualquer lado - o nosso belo queijo da ilha), sal e pimenta (double check).

Dos cogumelos presentes, fiquei-me pelos champignons, porque os chineses precisavam de ficar de molho. Vão para o lume na frigideira de estimação coberta de azeite, bem alto o lume para evaporar toda aquela àgua dos fungos. Enquanto isso os alhos e as cebolas são picadinhos para o passo seguinte: fundir sem colorir numa caçarola de fundo grosso com azeite. Como não sou muito fã de lavar loiça, saltam os cogumelos da estimada frigideira depois de salpicados de sal e pimenta q.b., bem escorridos da gordura que ajudará a dar sabor aos ingredientes seguintes, as cebolas e os alhos. Neste caso dá-se prioriade aos senhores (alhos); as senhoras (cebolas) vão depois, para que elas não 'chorem' sobre eles e os deixem fritar decentemente como é de minha predilecção. 'Golo de Portugal!', oiço eu na sala a tv a gritar, vai de ver a repetição; na volta estão os senhores (alhos) corados de raiva por terem sido abandonados por instantes pela bola na rede. Melhor remédio para acalmar um senhor afrontado que uma senhora que se derrete para ele, não há! Cebolas à frigideira ASAP! Acalmam-se os ânimos e o tiritar que vem daquele leito escaldante acalma os meus piores receios - elas dominam e estabelecem paz na frigideira. Seguindo então; convoca-se o carolino antes que as coisas voltem a aquecer demais, cobre-se toda aquela azáfama com os bagos (sem medidas não sei se foi demais ou de menos, mas se sobrar não se desperdiça, se faltar, ataca-se algo mais depois) e pede-se ao azeite e à recém acrescentada manteiga que abracem calorosamente os novos membros daquela união. Entretanto, a falta do caldo de ave dava uma sensação de que a coisa ia ficar manca. Tendo em conta que o branco seco ia ser substituído por um tinto do alentejo, faria sentido mudar a cor do caldo também. Assim sendo, vai para o lume água com um pouco de caldo seco de tomate e ervas para depois amolecer o carolino. Depois de tentar seguir o tempo de fritura do arroz, é altura de juntar o néctar da uva, de forma a que se evapore. Mais uma vez a olho, pode ter ficado bêbado, mas reduz para o ponto certo e pode-se passar ao próximo passo - acrescentar gradualmente o caldo. Dito e feito, vai uma porção do caldo começar a cozer os bagos e a suavizá-los para o dente. Como estou a utilizar a estimada frigideira (de área mais ampla que uma caçarola) tenho de me precaver para que o caldo não se escape todo pelo ar antes de conseguir actuar da forma desejada, e para isso tenho de 'fechar a porta' ao vapor com uma tampa. Assim que se vai embora a primeira leva de caldo, chega a segunda. Na receita diziam para acrescentar, antes da última dose de caldo, os cogumelos salteados, mas pareceu-me que iam apanhar muita água e que perderiam a crosta ganha no azeite, por isso atrasei essa incorporação para meio da última leva de caldo. Entretanto já tinha ralado o cheiroso queijo de S. Jorge e preparava já tudo para encerrar o lume. De acordo com o receitado, acrescentar mais manteiga e azeite (desta feita o azeite foi um com sumo de limão e alho) no final do arroz estar al dente, e no final polvilhar com o queijo. Estava pronto para ser devorado! E que bem que soube. Não sei se pelo prazer de inventar, se pelo tempo de o confeccionar e ganhar mais apetite, a verdade é que a experiência e a adaptação da receita não me pareceu má de todo. De todo!

Lembrei-me entretanto que ao tentar evitar a repetição do manjar da noite anterior (massa) fui levado a repetir o ingrediente principal do almoço do dia (arroz de peixe), mas naquele momento já não ouvia as lembranças mas sim os instintos. E que bem que sabe seguir o instinto de quando em vez. Olhei para o relógio e reparei que enquanto ainda estava a meio do meu risotto, ainda faltava algum tempo para o início das sessões de cinema, mas estava tudo a saber tão bem que resolvi fugir ao regresso à rotina e aproveitar para fazer as coisas sem pressas. Passada que estava a degustação, veio o sacrifício de limpar a cozinha e lavar a loiça... mas com um pouco de ânimo ganho com tudo o que me trouxe até aqui, uma pitada de força de vontade para levantar do sofá, ponho as mãos na água e trato do assunto celeremente. O cinema fica para outra oportunidade. E a noite de sono será melhor com um estômago bem tratado, as papilas satisfeitas e o instinto realizado.

quarta-feira, março 01, 2006

Sacudindo o pó acumulado

De volta ao meu ultimamente abandonado espaço...
Faço um enorme mea culpa por ter andado desaparecido, mas tanto as obrigações profissionais como as ocupações sociais não têm dado ânimo ou descanso suficiente para vir aqui e largar umas ideias. Os últimos tempos têm sido muitíssimo movimentados e sem grandes espaços para dar asas à imaginação blogueira, mas acima de tudo, imensamente desgastantes fisicamente. Não sabia muito bem para onde me virar, mas acho que me safei minimamente bem. Aproveitando o contexto das festividades que passaram, espero que não levem a mal, afinal foi carnaval (e não só).

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Feliz 'Diaversário'

Ando eu a tentar reunir os amigos com a desculpa de celebrar o aniversário de quarto de século no dia 25*, quando mais uma vez me deparo com uma questão pseudo-existêncial que me ponho há alguns anos: Porquê celebrar o aniversário do nosso nascimento? Pelo que penso, e pela melodia dos Genesis, It's just another day, for you and me, in paradise... mas fica sempre uma nuvem no ar, próxima da questão: 'está o copo meio vazio ou meio cheio?' (e já agora, porque é que dos mortos, mais facilmente se ouve falar dos centenários (ou outros múltiplos) do óbito que dos do nascimento?) Estamos a celebrar o ano que passou, ou o que vem aí? Dirão que é o dia, mas se estivéssemos a celebrar o próprio dia não o faríamos apenas de ano a ano mas sim dia a dia. Mas fazê-lo oficialmente é demasiado frequente (cansativo, exaustivo, dispendioso, logístico, etc...) e tornar-se-ía banal e senseless. Pelo menos gosto de tentar gozar cada dia tendo em mente a sua singularidade. Mas os aniversários são sempre um bom pretexto para forçar os mais inertes a fazerem parte da nossa companhia. A minha nova problemática é: estou a juntar gente de diversos passados às quais quero disponibilizar a minha atenção e o meu tempo, mas infelizmente (digo infelizmente pontualmente, porque gosto da singularidade de cada um de nós - problemática bem retratada no filme Primer) não me posso multiplicar em vários e distribuir-me por cada um deles... Por isso é frustrante para o aniversariante, que conhece a totalidade dos seus convidados, estar no meio deles e querer dar o mínimo a cada um. Mas mais vale poder reuní-los e tentar dar o máximo e gozar o máximo que ficar a pensar nisso sozinho (OK, também depende da vontade do momento). Por isto, vou tentando gozar da companhia dos vários players que me circundam ao longo do ano, enquanto não faço anos... E não ficará mal enquadrado o grito de guerra do 'Oh Captain, my Captain' Robin Williams: CARPE DIEM!!!




*Pelo que ouvi recentemente chama-se a tal fenómeno 'casar os anos', coisa que, tendo em conta a esperança média de vida actual nos países ditos desenvolvidos** e o número de dias de cada mês que existe no calendário vigente neles, a generalidade das pessoas que cá habitam passam por esta experiência; confesso que nunca me tinha apercebido de tal 'tradição' até há alguns anos atrás, quando pela primeira vez ouvi alguém falar do assunto, e por isso, para mim, este 'casamento' não tem significado nenhum tirando talvez a pequena graça que tenha a coincidência.
**Tenho a dizer que para além de toda a discrepância existente entre os chamados países desenvolvidos e os ditos mais atrasados, em termos de condições humanas (que daria para 'cuspir' muitas mais palavras da minha parte, o que não vou fazer agora sobre essa problemática específica), escandalizou-me no outro dia um pensamento malthusiano meu. No enfiamento da discussão sobre a sustentabilidade da nossa segurança social, pus-me a pensar que era culpa disso toda a evolução científica na área da saúde. Estamos cada vez mais ruíns, ou seja, cada vez mais quebramos mais tarde. Claro que viver sem condições minimas de higiene e de cuidados médicos não fará sentido, mas a crescente evolução da ciência leva-nos a um ponto cada vez mais próximo da imortalidade. Mas aqui faço minhas as palavras dos Queen: 'Who wants to live forever?' Haverá alguém masoquista o suficiente para viver n anos (com n maior que 80, digamos, e a tender para mais infinito)? Que condições se põem a um imortal? Sem segurança social para sustentar a dependência da ciência, teria de andar a fazer uma espécie de périplo freek-show por Big Brothers (que voltas deve ter dado o Orwell no túmulo quando resolveram nomear aquele programa) e afins para poder ter como sobreviver com condições à sua vida eterna terrena... Para não falar da generalização do caso, aí sim um verdadeiro quebra-cabeças para a segurança social e todos os serviços públicos e privados do ramo, não esquecendo as mais importantes limitações espaciais e de recursos naturais do planeta. Quem quer viver num lar de vigésima terceira idade? Por mais amor que tenha aos meus ascendentes, sei que não os terei junto a mim para sempre - That's life!! A evolução cientifíca é uma bicicleta sem travões (e quem tentar pôr os pés no chão para abrandar um pouco o ritmo facilmente será um moralista ortodoxo e arcaico aos olhos da maioria, onde facilmente me incluo, caso não seja eu a gastar a sola) que vai numa descida vertiginosa e sem fim à vista. Saberemos alguma vez colocar um pouco de razão (tão cara à ciência) na evolução humano-científica? Não posso dizer que já cá não estarei para ver, porque não sei até quando é que me vão fazer ficar cá às custas dessa própria evolução. Mas espero que não demore muito.

domingo, fevereiro 19, 2006

Family Ties

Vim agora da feira do toiro em Santarém... Valeu a pena principalmente pela companhia, a dos membros da minha família paterna, que são sempre alguém que vale a pena ter por perto. É difícil explicar por palavras, acho que só mesmo vivido é que se percebe o que é a companhia dos Costas, e creio que ninguém saia defraudado.
A temática da feira não me interessa por demais, é mais o ambiente que posso disfrutar. Embora assuma que dê importância a certas características próprias daquele meio (desde a temática musical - o fado; passando pela culinária típica, até aos assuntos/artigos relacionados não tanto com o toiro mas mais com o cavalo).
É sempre saudável mudar de ares, dar descanso aos hábitos tantas vezes repetidos e aproveitar para disfrutar de certos prazeres e companhias. Moral da história: não deixem de fazer aquilo que vos dá prazer e não se esqueçam de saír da rotina. Lembrem-se que há sempre milhentas outras coisas para fazer, milhentas outras pessoas para estar. Não se deixem caír numa cadeia de montagem, em que os dias são todos iguais porque fazemos sempre o mesmo.
Agora vou dormir porque já se faz tarde (e já estou com discursos moralistas :s ) e amanhã tenho de estar preparado para um grande grande filme - Il Gattopardo.

sábado, fevereiro 18, 2006

A Day 2

Bonjour a tous.

A dor de cabeça lá se foi, graças às drogas empacotadas e legalizadas que nos deixam tomar para podermos ter uma happy life!!! e à moderação no consumo de substâncias que me levaram a tal estado de desconforto (o néctar dos deuses). Alguém alguma vez pensou que poderia ter algo de graça? Claro... todos sonhamos. Mas tudo tem o seu espaço (e por isso o seu custo) espacial, mental, temporal... Senão como poderia estar a ouvir agora o Carlos Ramos a fadar-me os ouvidos se pusesse a tocar outros dos vários discos que me apeteciam degustar? Mas é por isto que as coisas têm o seu gosto próprio; e algumas sabem tão bem...

Com isto repito a saudação inicial e desejo que este dia seja a day 2 taste!!

sexta-feira, fevereiro 17, 2006






Estará lá para cima? Posted by Picasa

Opening session

Serve o presente para abrir este espaço.
De momento a inspiração está obstruída por uma dor de cabeça minimante desconfortável, como tal não serve de exemplo ao que se possa passar aqui posteriormente. Pelo menos espero não ter esta dor de cabeça indefinidamente nem tão pouco guardar a falta de inspiração comigo por muito tempo...
Mas quem sou eu para decidir pela minha própria cabeça o que se passa dentro dela?
Sejam bem vindos todos e mais algum.