segunda-feira, maio 22, 2006

Dry-wet

Hoje durante o dia choveu a potes em Londres.
Infelizmente nao me molhei, continuo seco... Gostava de ter sentido as gotas da chuva a escorrerem pelos labios, saborear o doce do seu toque. Nao deu, fiquei com a boca amarga do cha e com raiva de nao estar la fora a beijar a chuva!

domingo, maio 21, 2006

Quicker than a ray of light

O sol afinal mostrou-se esta tarde em Londres!!! É bom sentir os seus raios aquecerem-me o espírito. Traz-me novos pensamentos à minha mente, faz com que o vento e a chuva se escondam num recanto longe da vista, mas no fundo do meu coração continuam presentes as saudades da chuva e a ansia que a sua falta me faz...

See you soon...

Há muito tempo que não tinha o privilégio de andar despreocupadamente na rua a sentir a chuva a cair em cima de mim suavemente... pude fazê-lo hoje, calmamente, vindo de um restaurante libanês onde fui buscar um lamb shawarma divinal para comer ao almoço em casa de um amigo que pacientemente me tem aturado por cá. Pelo caminho parei no Marks & Spencers para trazer uma caixa do já habitual ananás cortado que tão bem sabe, fresquínho, uns bocados doces, outros ácidos, todos sabororos e refrescantes.
É um até já a Londres...

O dia não está particularmente belo, o sol não se mostra mas a sua luz ainda passa; é como o fiel amigo que mesmo ausente, sei que está lá e com o qual podemos contar. A chuva gosta de se fazer sentir ocasionalmente, sem ser demasiado possessiva, tornando-se na amante mais prazerosa, que me aborda com os seus beijos e confortos de tempos a tempos, mas que não se impõe cansativamente, e por isso me deixa ansioso pelo seu regresso para voltar a poder sentir o seu toque molhado. O vento faz-se sentir, chato e rabugento, empurra-me para fora da rua, obriga-me a deixar para trás a chuva da qual já sinto saudades e a vir para o abrigo do interior da casa. Aqui está tudo calmo, protegido, quer do chato do vento quer da querida, desejada e ansiada chuva. A luz do sol ainda penetra neste abrigo confortante, mas as saudades da chuva que vejo ocasionalmente cair lá fora não são compensadas com os fracos lampejos de luminosidade que as nuvens deixam passar do fiel amigo. A vontade de voltar lá para fora para os braços da chuva é grande mas esbarra teimosamente na presença desagradável do desagradável do vento. Tenho de ficar aqui a contemplar com saudade o que não consigo ter, deixar o meu coração chorar pelo desgosto de não sentir a chuva, cada vez que aos olhos da minha mente ela surge em sonhos impossíveis de concretizar... Quero-te abraçar com força, quero que me encharques e me envolvas com o teu beijo de mil gotas, quero sentir o teu conforatante toque a mostrar-me que somos um! Por mais impossível que seja, por mais que o vento me faça perceber que tu não serás minha, quero ter tudo isso, quero poder sonhar com isso e esperar que um dia o vento não chegue onde tu te entregas a mim e o teu abraço me conforte sem haver mais com que contar. Entretanto o vento vai levar-te para longe e a distância e a ausência das tuas gotas deixar-me-ão murcho. Espero que não leves tempo demais a voltar e a poder reavivar o meu coração com o teu dilúvio.

quinta-feira, maio 04, 2006

Imperfeição



There is nothing like that feeling you just can't keep it in.


segunda-feira, maio 01, 2006

Despertar

Oh... Quem me dera poder dizer-te agora "Bom dia!", nem que fosse pela distância imposta pela linha do telefone. Poder ouvir a tua voz sonolenta e preguiçosa do outro lado, sentir-te a despertar lentamente comigo, ao som dos meus sussurros, ouvindo os barulhos do teu esperguiçar na roupa da tua cama. Este acordar já me bastaria para poder superar um pouco a ressaca provocada pela tua distância. Mas bom mesmo seria poder acordar-te, enrolada pelos meus braços, segredando-te ao ouvido os bons dias e sentir todo o teu corpo despertar, todo ele se esperguiçar envolvido pelo meu e captar o calor que libertarias quando te virasses para mim e me respondesses de olhos semi-cerrados, apenas com um sorriso...

Estúpido diálogo

[...]
- Sou um puto estúpido!
- Oh! Não és nada puto estúpido. Se tu és puto estúpido, então pensa em quantos não o são também e muito mais que tu. O que não falta para aí é putos estúpidos. Tu até...
- "Tu até" o quê? Até parece! Tal como eu, toda a gente "até qualquer coisa"! Não é por aí. E de facto, o que eu me sinto neste momento é um puto estúpido. Só me apetece enfiar num buraco e esconder este gajo que sinto colado à pele. Que irritante que é sentir-me assim. Apetece...
- Apetece?!? Tens de ver as coisas de forma diferente. Não deves ver tudo como estando contra ti. Tens de te lembrar de tudo de bom que já conseguiste e que consegues ter.
- Mas não é só ver as coisas que me rodeiam ou o que consegui ter e preservar. Isso eu vejo que é positivo, bastante até se for pensar em todos aqueles que não tiveram as oportunidades que eu pude disfrutar. O problema é ver-me a mim. É isso que me faz confusão. É isso que não fica bem na "fotografia".
- Eh pá, não digas disparates. As coisas são como são, tu és como és e já fazes aquilo que te compete para estares "bem na foto", em harmonia com o que te rodeia.
- Pois, pode ser que sim. Mas às vezes apetece retocar a imagem, ver-me de forma diferente no enquadramento. Ou então sair daquele enquadramento, ser alguém noutro lado qualquer, noutro lado do mundo...
- Meu amigo; isso são sonhos. Se te perturbam tanto, faz alguma coisa para tentares atingir alguma parte deles.
- Pois, falar é fácil! Agora conseguir fazer alguma coisa que leve a qualquer lado, isso já é mais complicado...
- Oh pá, não me venhas com essa. Não sejas estúpido!
[...]