sábado, abril 14, 2007

Promises to keep, explanations to give... better later than never

No início de Março passado tive mais uma vez a oportunidade de ir visitar a Londres os meus já habituais anfitriães. No sábado à noite que lá passei, fizemos um jantar na sua casa - Caipirinhas, Humus, Salsa mexicana, Guacamole, Tortilhas e Crackers para entrada e um fenomenal Chili con Carne para prato principal. Deva-se acrescentar que a Salsa puxou bastante pelas Caipirinhas, não sei porquê mas foram escolher logo a mais picante que se vendia no supermercado! Mas ninguém se recusou a provar e todos sentimos os calores que aquilo dava! Enfim, foi um óptimo repasto e que me deixou a espirrar no final. E aqui é que está a causa deste post - os espirros. Na altura fiz as explicações do fenómeno e também prometi que o meu próximo post no blog seria acerca do assunto. E não será por a distância temporal a esse momento ser já prolongada ou por a distância fisica que me separa deles incluir várias nações e um mar pelo meio que essas explicações não sejam devidas.
Já é algo que me acompanha desde que me lembro de mim. As primeiras manifestações deste género não eram minhas (se eu bem me lembro); eram antes do meu pai*, que normalmente após uma refeição bem provida soltava repetidos espirros (contam as lendas que seriam sete) em alto e bom som, sem qualquer limitação em termos de décibeis. As pessoas que presenciavam aquela manifestação pela primeira vez ficavam sempre impressionadas e meio estupfactas com o fenómeno... e faziam sempre questão de desejar saúde ou de o chamar de santinho (coisa em que não acredito são santos, tanto na terra como em qualquer outro lado), mas logo de seguida vinha a explicação dada em primeira mão e na primeira pessoa: aquilo não era uma reacção ao frio, vento ou uma corrente de ar; aquilo era ‘alergia à comida’! Não sei se é geneticamente transmissível ou se é meramente mimico, mas o certo é que com o passar dos tempos, sempre que havia uma refeição que me ‘enche as medidas’, comecei eu também a espirrar várias vezes seguidas em alto e bom som. E claro que a minha explicação não poderia ser diferente da orgulhosamente herdada – ‘alergia à comida’.
Foi isso que mais uma vez fiz em Londres após o jantar, quando comecei a espirrar desalmadamente e os meus parceiros de refeição olhavam para mim meio espantados. Vi-me na obrigação de lhes dar a explicação por completo, em várias linguas, falada e escrita e com todo o background que merece. E acrescentei uma parte de fundamentação pseudo-científica que comecei a elaborar faz já alguns anos. O que é que se quereria dizer com ‘alergia à comida’, sempre que ficando cheio de uma refeição isso nos faz espirrar? Para mim pode ter alguma ponta de explicação científica, senão vejamos: uma refeição deste género implica que o estômago está cheio até não poder mais, completamente dilatado e a começar a ocupar os espaços circundantes dentro do corpo. Isto implica que vários órgãos vizinhos são afectados por esta dilatação. Pensado que para cima do estômago estão os pulmões e que entre os últimos e o primeiro está o diafragma (pelo que eu me lembro das aulas de ciências da naturaza), faz parte da minha argumentação que os espirros da ‘alergia à comida’ serão então provocados pelos estímulos dados ao diafragma pela dilatação estomacal. Pode ser que um dia alguém o prove. Eu decerto que não deixarei de espirrar devido a esta causa, por isso creio que em certas refeições poderei ser um bom objecto de estudo. E já agora, numa próxima ocasião destas, não espero ser canonizado ou ficar mais saudável, apenas que tenha tido bom proveito do repasto!


* e já que o atraso foi tanto que calhou nesta data, são então devidas as felicitações pelo aniversário: Muitos Parabéns e Muitas Saudades!!!